Dia
12 de junho de 2008. Pedrinho, cinco anos de idade – nascido em 13
de fevereiro de 2003 – foi levado ao hospital Santa Lydia por sua
mãe, Katia Marques, que afirmava ter o menino ingerido um produto
que tira mancha de roupas, Semorin. O menino apresentava parada
cardiorespiratória e não resistiu. No entanto, o laudo apresentou
outras circunstâncias para o óbito do menino.
Pedrinho
tinha hematomas por todo o corpo, possivelmente causadas por pancadas
ou tombos, duas fraturas no punho direito, além de fraturas em ossos
longos, o que causou embolia gordurosa (segundo os médicos, esse
tipo de fratura libera células gordurosas que entram na corrente
sanguínea, se misturando à medula óssea e seguem para os
pulmões... os vasos capilares são obstruídos causando a embolia).
Para
os peritos, o menino teria sido chacoalhado e, durante a ação,
quebrou o punho... essa fratura teria acontecido no dia da morte. Os
hematomas foram causados em dias anteriores. Imediatamente foram
considerados suspeitos a mãe e o padrasto, Juliano Gunello.
Katia Marques e Juliano Gunello |
O
pai do menino, o policial militar Odair Rodrigues, via o menino a
cada 15 dias e o considerava uma criança feliz... pelo menos quando
estava em sua companhia. Ao ser perguntado sobre a convivência com a
mãe e o padrasto, o menino se calava. Odair e Katia estavam
separados a cerca de um ano e meio.
Segundo
Odair, os primeiros hematomas no menino apareceram quatro meses
antes, logo após ele pedir transferência do Batalhão de Araraquara
para Ribeirão Preto para poder ficar mais próximo do filho, que
residia com a mãe e o padrasto em Ribeirão. Ele lembra que, ao
comentar com o menino essa decisão, Pedrinho pediu que o pai não
dissesse nada para sua mãe e o padrasto... não entendeu por quê e
o menino não justificava.
Pedrinho e Odair Rodrigues, seu pai. |
DADOS
PROCESSUAIS
Processo
n. 0032846-32.2008.8.26.0506 em trâmite na 2ª Vara Criminal do Foro
de Ribeirão Preto, Katia Marques e Juliano Aparecido Gunello foram
inicialmente processados por “lesão corporal”, porém,
condenados inicialmente a cumprir 7 anos de reclusão em regime
inicial semiaberto, mais o pagamento de dez dias-multa, pelo crime de
maus tratos com resultado morte.
Tanto
Ministério Público quanto a Defesa apelaram, sendo não provido o
recurso da Defesa e provido o recurso do Ministério Público, o que
resultou nas seguintes modificações:
1-
Juliano condenado à 10 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão;
2-
Kátia Marques condenada à 9 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão.
Ambos
em regime inicial fechado, incursos no artigo 1º, inciso II, §3º,
parte final, e artigo 4º, inciso II da Lei n. 9.455/97.
Leia
o acórdão (link: http://sdrv.ms/1cYsgbe)...
traz os depoimentos de testemunhas, como vizinhos, professora, sobre
o calvário e sofrimento aos quais Pedrinho era submetido.
Este
recurso transitou em julgado, porém, devido a interposição de
Recurso Especial pelo Ministério Público, este trânsito tornou-se
sem efeito... no momento, está em fase de contrarrazões pelo
Procurador-Geral de Justiça.
Fonte:
Ribeirão Online – Site Terra Online
Globo
notícias – Gazeta de Ribeirão (por Sandra Domingues)
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